terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Momento é Este!


Hoje, especificamente hoje, parei pra refletir sobre algumas pessoas que conheci e que talvez passem despercebidas no cotidiano.
Lembrei-me de uma doce senhora que vendia refeições em frente ao laboratório que trabalhava na época da faculdade. E faço questão de enfatizar o "doce", pois só de lembrar dela, sinto saudades da pergunta diária ao nos encontrarmos: "como você está filha?", era tão suave a forma como se dirigia as pessoas, me sentia parte da família dela apenas pelo tom de voz.
Um dia qualquer, cheguei, abracei-a como de costume e começamos a conversar. Notei um pouco de preocupação em seu rosto, perguntei o que acontecia. Então ela me contou que o genro dela, ia ser julgado naquele dia, às 14h, e havia possibilidade de ser solto. "O que ele fez?", perguntei. Ela me contou a história...
- "Há alguns anos atrás, ele matou minha filha, tinha muito ciúme dela. Depois fugiu e desde então eu cuido da minha neta".
Me contou aquilo, sem derramar uma lágrima, sem xingar o ex-genro (que estava preso) e sem reclamar da vida. Apenas demonstrou preocupação por temer a segurança da neta. Aliás, a neta também era uma criança extremamente adorável, tinha um olhar profundo e sempre um sorriso no rosto. (No outro dia soube que ele foi julgado e condenado, não recordo quantos anos).
Fiquei me perguntando, hoje, quantas vezes nós "aceitamos" a condição que estamos, apenas por ter caído um pequeno degrau da jornada? Aquela mulher, aceitou a condição que lhe tinha sido imposta pela vida, por mais cruel que fosse, se reergueu e foi trabalhar para criar a sua neta. Suas expectativas talvez tivessem despencado com toda essa tragédia, porém ela nunca se entregou. Ela seguiu em frente.
Não sei quantas vezes as pessoas passam por situações desagradáveis em sua vida, mas sei que não existe uma resposta para tudo, algumas coisas simplesmente acontecem. Não nos cabe tentar entender o "porquê aconteceu comigo?" ("Mas logo comigo???" O que nos faz tão especiais a ponto de achar que o outro merece que isso aconteça com ele, porque é normal, e conosco não?), nos cabe saber o que fazer diante daquela situação e após.
Temos que olhar para o horizonte, e curtir o caminho que vamos fazer até chegar ao "ponto final"(ponto final = seu objetivo, mas coloco entre aspas porque é interessante, a meu ver, você concluir um objetivo, e criar sempre outro. Ter sempre um novo objetivo nos faz entender que estamos vivos, que o coração ainda bate... "o pulso ainda pulsa").
É perda de tempo tentar achar uma resposta pra tudo, Enquanto você parar pra tentar explicar o inexplicável, sua vida continua acontecendo, e talvez você deixe de notar o ambiente que o rodeia ou de simplesmente conhecer alguém que pode te acrescentar algo.
"E quando fazer isso Leila?" Faça agora!
O MOMENTO É ESTE!

Um beijo e um cheiro meus amores.

sábado, 30 de julho de 2016

Porque não tentar?


Quando eu era criança, escutava algumas conversas de garotas mais velhas que moravam na rua da minha casa. Lembro-me de umas falando para as outras "não faz isso, ele vai saber que tu és afim dele!" ou "não liga, deixa ele te ligar!!!". Eu sorria sempre, não entendia, achava apenas engraçado.
Na adolescência já escutava algo mais em torno de dúvidas: "será que eu ligo pra ele?" ou "será que ele vai me notar se eu passar na frente dele?". E agora na "idade da loba", confesso que os papos não são muito diferentes, escutei "não manda mensagem se ele não te mandar"! (oi?).
Nunca tive paciência para as "fórmulas ou roteiros de conquista". Sempre fui tão intensa em tudo que vivi, seja no lado amoroso, profissional, só amizade... Sempre gostei de me entregar.
AH!!! Se entregar sem medo! Sem culpa! Se sentir livre! Porque não tentar do "meu" jeito?
Eu me lembro das pessoas, gosto de cuidar, gosto de falar, eu vejo algo que me lembra da pessoa e se puder, eu compro pra dar de presente, mas... Tem um grande perigo aí: nem todos estão acostumados com isso, e, esse meu lado talvez assuste quem não me conheça.
Hoje eu "terminei" uma coisa que nunca começou. Não sei por que eu queria que tivesse dado certo, o jeito tranquilo que ele tinha me trazia paz em meio a tanto tumulto diário. Fiquei um tempo sem vê-lo e fiquei com saudade, porém percebi que não era recíproco.
Queria muito que ele tivesse sentindo o mesmo que eu, talvez ele enxergasse que eu não tinha maldade nenhuma, queria apenas viver de forma intensa como sempre fiz.
Por mais que eu queira evitar, eu sempre serei uma eterna romântica me arriscando nesse mundo que insiste em puxar o freio pra tudo. Eu gosto de abraçar, de beijar, de ligar pra escutar a voz, de dizer que gosto, de dizer que amo!
Eu amo viver de forma intensa, me atirar, me jogar nos locais onde as pessoas evitam ir: o coração. Gosto de saber dos segredos, de dividir as coisas, sejam elas boas ou ruins. Não tenho medo de SER HUMANA, nunca tive.
Gosto da intensidade das coisas...
Claro que tendo esse jeito, acabo me machucando mais fácil. Mas o que é a dor perto que uma experiência que foi compartilhada? O que é a dor perto de sorrisos que foram sentindo juntos? O que é a dor perto de experiências únicas? O que foi a dor perto do que você aprendeu? Todos deixam alguma coisa pra nós, às vezes ruins às vezes boas. 
Eu sei que hoje eu chorei, por que não vou mais escutar as coisas que me faziam rir, não vou mais sentir o mesmo cheiro, nem vou ter mais o frio na barriga que me dava na sexta porque íamos nos encontrar.
Mesmo sabendo de tudo que não vou mais ter, quero afirmar que não sei se as garotas da minha infância estavam certas, se eram as da adolescência ou se são as mulheres da atualidade, sei que eu não copiei ninguém! Sempre fui eu mesma, sempre sorrindo, sempre sendo intensa, sempre sendo EU. 
Se hoje eu chorei, amanhã estarei contando tudo que foi legal e que valeu a pena, tudo que pude sentir tudo que vivi porque me joguei da mesma forma intensa a qual sempre gostei.
Bob Marley disse: “Eu sou do tamanho que sinto que vejo e que faço não do tamanho que os outros me enxergam”. E eu sou assim, ninguém ainda me viu do tamanho que eu sou talvez ainda seja a criança que ri do “medo” que as pessoas têm de viver ou talvez seja a mulher que alguém tenha medo de ter.
Viva intensamente tudo o que você quer, se isso for te machucar ou te levar as lágrimas, entenda: nunca estamos nem nunca estaremos 100% bem, a vida é um ciclo e você precisa passar por todos, senão não terá conselhos para dar, nem histórias para compartilhar, contudo, sempre seja intenso, sempre seja humano! Porque não tentar?

Um beijo e um cheiro meus queridos.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O Estupro Nosso de Cada Dia





Vinte e seis de maio de 2016. Uma data triste. Soube, através das redes sociais que uma jovem fora estuprada por trinta homens. TRINTA!!!
Tive que ler a notícia duas vezes para entender, pois pensei ser se tratar de um ocorrido na Índia, visto que esse tipo de crime é comum por lá, ainda.
Mas espere... Foi no Brasil??? Na tal "cidade maravilhosa"???
Respirei fundo... Lagrimei e apenas me calei diante de tanto absurdo.
Me calei... Temporariamente.
Como se não bastasse, ainda surge um vídeo mostrando os seios, os órgãos genitais, certamente dilacerados depois do estupro, e outras partes do corpo da moça. O que pensa uma pessoa que se diz humana para fazer isso?
E os comentários abaixo do vídeo eram mais revoltantes, bem do tipo:"estragaram essa mina aí, kkkkkk...". Com risadas. Risadas??? RISADAS!!!!!!!
Onde está a humanidade e bom senso? O que acontece com esse tipo de pessoa pra cometer tal ato?
Certamente tem algum ou alguma babaca dizendo:"Também, olha a roupa que ela estava usando? Olha o tipo de comportamento que ela tem? Ela some por dias de casa, só podia dar nisso mesmo".
A essas pessoas eu digo que são tão culpadas quanto os estupradores por incutirem na mente de outras pessoas que esse tipo de comportamento animal é correto.
Até quando viveremos na época que teremos de tomar "cuidado" porque as pessoas não sabem controlar seus "instintos"?
Porque existem homens tão babacas a tal ponto de cometer uma atrocidade dessas?
E lhe afirmo que desejar a esses homens ter uma filha mulher para que um dia passem pela mesma coisa que cometeram, apenas ajudar a aumentar essa estatística horrível.
E o estupro nosso de cada dia? Onde se encontra?
Está na amizade que você desfez com suas amigas por elas serem bonitas, está no apoio que você não deu a sua colega quando ela foi assediada pelo chefe porque no fundo se ela foi assediada a culpa foi dela, está no "gostooooooooosa" que ela recebeu na rua tão alto que a vergonha ficou nítida, mas você a segurou firme e disse:"deixa amiga, isso é normal" (Onde está a normalidade? Deixa a sua amiga responder), está na "piranha" que você rotula diariamente apenas por ela passar e chamar atenção na rua, se encontra na mulher que foi subjugada, apenas por ser mulher!
Mulher... Palavra doce, mas também demonstração de luta, força e valentia.
Queremos ser cuidadas? SIM! Queremos ser cuidadas, mas quando não cuidam da gente, nós cuidamos sozinhas. Mulheres, UNI-VOS. Esse rótulo de vagabunda e piranha não serve. Prefiro o rótulo de inteligência e luta.
Vinte e seis de maio, um dia triste? Não mais... Um dia de mudanças!

Um beijo e Um cheiro!