Quando eu era criança, escutava algumas conversas de garotas mais velhas que moravam na rua da minha casa. Lembro-me de umas falando para as outras "não faz isso, ele vai saber que tu és afim dele!" ou "não liga, deixa ele te ligar!!!". Eu sorria sempre, não entendia, achava apenas engraçado.
Na adolescência já escutava algo mais em torno de dúvidas: "será que eu ligo pra ele?" ou "será que ele vai me notar se eu passar na frente dele?". E agora na "idade da loba", confesso que os papos não são muito diferentes, escutei "não manda mensagem se ele não te mandar"! (oi?).
Nunca tive paciência para as "fórmulas ou roteiros de conquista". Sempre fui tão intensa em tudo que vivi, seja no lado amoroso, profissional, só amizade... Sempre gostei de me entregar.
AH!!! Se entregar sem medo! Sem culpa! Se sentir livre! Porque não tentar do "meu" jeito?
Eu me lembro das pessoas, gosto de cuidar, gosto de falar, eu vejo algo que me lembra da pessoa e se puder, eu compro pra dar de presente, mas... Tem um grande perigo aí: nem todos estão acostumados com isso, e, esse meu lado talvez assuste quem não me conheça.
Hoje eu "terminei" uma coisa que nunca começou. Não sei por que eu queria que tivesse dado certo, o jeito tranquilo que ele tinha me trazia paz em meio a tanto tumulto diário. Fiquei um tempo sem vê-lo e fiquei com saudade, porém percebi que não era recíproco.
Queria muito que ele tivesse sentindo o mesmo que eu, talvez ele enxergasse que eu não tinha maldade nenhuma, queria apenas viver de forma intensa como sempre fiz.
Por mais que eu queira evitar, eu sempre serei uma eterna romântica me arriscando nesse mundo que insiste em puxar o freio pra tudo. Eu gosto de abraçar, de beijar, de ligar pra escutar a voz, de dizer que gosto, de dizer que amo!
Eu amo viver de forma intensa, me atirar, me jogar nos locais onde as pessoas evitam ir: o coração. Gosto de saber dos segredos, de dividir as coisas, sejam elas boas ou ruins. Não tenho medo de SER HUMANA, nunca tive.
Gosto da intensidade das coisas...
Claro que tendo esse jeito, acabo me machucando mais fácil. Mas o que é a dor perto que uma experiência que foi compartilhada? O que é a dor perto de sorrisos que foram sentindo juntos? O que é a dor perto de experiências únicas? O que foi a dor perto do que você aprendeu? Todos deixam alguma coisa pra nós, às vezes ruins às vezes boas.
Eu sei que hoje eu chorei, por que não vou mais escutar as coisas que me faziam rir, não vou mais sentir o mesmo cheiro, nem vou ter mais o frio na barriga que me dava na sexta porque íamos nos encontrar.
Mesmo sabendo de tudo que não vou mais ter, quero afirmar que não sei se as garotas da minha infância estavam certas, se eram as da adolescência ou se são as mulheres da atualidade, sei que eu não copiei ninguém! Sempre fui eu mesma, sempre sorrindo, sempre sendo intensa, sempre sendo EU.
Se hoje eu chorei, amanhã estarei contando tudo que foi legal e que valeu a pena, tudo que pude sentir tudo que vivi porque me joguei da mesma forma intensa a qual sempre gostei.
Bob Marley disse: “Eu sou do tamanho que sinto que vejo e que faço não do tamanho que os outros me enxergam”. E eu sou assim, ninguém ainda me viu do tamanho que eu sou talvez ainda seja a criança que ri do “medo” que as pessoas têm de viver ou talvez seja a mulher que alguém tenha medo de ter.
Viva intensamente tudo o que você quer, se isso for te machucar ou te levar as lágrimas, entenda: nunca estamos nem nunca estaremos 100% bem, a vida é um ciclo e você precisa passar por todos, senão não terá conselhos para dar, nem histórias para compartilhar, contudo, sempre seja intenso, sempre seja humano! Porque não tentar?
Um beijo e um cheiro meus queridos.