quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O SOL SEMPRE VAI BRILHAR!


Sai às 5:40h da manhã pra contemplar o último nascer do sol de 2020... E foi lindo! Ele nem saiu por completo, mas me mostrou que mesmo "tímido", escondido entre as nuvens, ele continuava lá, reluzente, sem nenhuma dúvida, mostrando que não precisa sair por inteiro pra continuar majestoso.

Refleti sobre o ano que passou, fiz minha retrospectiva particular, eu adoro fazer isso. Arrisco dizer que quem não gosta de refletir sobre o que passou, tem medo de olhar para as próprias atitudes. Não há nada pior que olhar pra trás e ter a certeza que fez escolhas erradas...e o pior, ainda continua a fazê-las.

Me enchi de orgulho.

Passei por um fim de um relacionamento conturbado, que infelizmente poucas pessoas teriam força pra encarar como eu encarei. Pude enfim me olhar de frente e me apresentar para aquele "mulherão da porra" que tanta gente enxergava, menos eu. Eu conheci essa mulher e não vou deixar ela sair nunca mais. Nos apresentamos e me casei com ela.

Na pandemia, aprendi a amar mais ainda a minha companhia. Li os livros estacionados na estante há anos, sempre trabalhando bastante (mas eu adoro, confesso), consegui iniciar e terminar cursos que sonhava fazer há tempos, mudei de casa, curti minhas 6 filhas, aprendi a meditar... Comecei a escrever meu próprio livro.

Tive decepções grandes, pessoas que um dia admirei, eram pessoas corrompidas pelo dinheiro. Para se manter em algo que eles acreditam ser "topo", se perderam, um mais novo e outro mais velho. O mais novo talvez por imaturidade, não sabe muito bem onde entrou e nem o que ele está destruindo. Já o mais velho, foi apenas ganância, se corrompeu muito rápido. Outra pessoa que me decepcionei, não admirava, mas eu achei que partilhávamos que ideais similares, segundo o que pude perceber, sempre foi desse jeito, ruim e desonesta... Não faz nada se não for em benefício próprio. Algumas pessoas me falaram que sempre souberam que ela não tinha caráter, porém pensei: "e por que só me avisaram agora?". Contudo, a pior decepção foi saber que desse meio, um dessas pessoas fala em nome de Deus, entretanto, percebo que sua assiduidade na igreja é apenas com o intuito de abrandar as penitências que precisará pagar ao longo da vida, devido a falta de ter opinião própria e de não lutar da forma correta. Falar em nome de Deus é muito fácil, difícil é fazer as coisas de Deus. Esse foi meu ônus de 2020.

Agora o bônus foi maravilhoso. Conheci pessoas novas, agradáveis e fiz amizades que definiram meu futuro... Amizades que me fizeram despertar o "encanto amazônico" que estava guardado e que precisava sair para tomar decisões que achei que já estavam tomadas. Decisões, estas, que me colocaram nos eixos pra onde devo seguir. 

2020, meu querido, eu quero agradecer a você. Eu sigo forte, não me vendi, não me corrompi... Minha solidão é linda, não convivo com monstros, convivo com minha companhia e ela é agradabilíssima. Minha retrospectiva me traz paz, eu encaro de frente. 

Aos três pessoas, in memorian, agradeço: tio Joaquim, minha vó Neuza e minha mãe, Maria. Um homossexual, uma índia negra e uma mulher que sabia ser doce e forte ao mesmo tempo. Aos três, pela saudade e pela falta que fazem, obrigada pela força, sabedoria e honestidade repassados.

E lembre da imagem do sol, leve pra sua vida. Surgirão pessoas em seu caminho que tentarão esconder seu brilho, tentarão te comprar, te corromper a qualquer custo, mas mesmo assim, você surgirá radiante e brilhante. Quando viemos pra vencer, nada consegue superar o seu brilho e nem sua força!

Um beijo e um Cheiro, meus queridos! 


P.S: Pra desejar à vocês um feliz 2021, fica aqui uma música do meu querido Eddie... Namastê!

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

A Cura

Quantas vezes você parou pra pensar que a cura para uma doença estava dentro de você? 

Não é segredo pra ninguém que tive um relacionamento abusivo e tóxico e depois de todas as noites mal dormidas, comecei a contar sobre a má experiência que vivi para algumas pessoas e aprendi muita coisa.

Ouvi mulheres que sofreram agressão física, psicológica e precisaram sair de casa grávidas; mulheres que foram enforcadas por maridos ou companheiros que eram usuários de drogas, alcoólatras; outras não saíram de casa na época por não ter pra onde ir, por dependência financeira e também teve quem não largava por achar que o companheiro ia mudar.

Confesso que a cada história eu mudava por dentro. Aquilo me criava um sentimento ruim. Eu me via em uma boa parte daquelas situações e constatei que somos muito mais desrespeitadas do que é noticiado. Alguns homens também relataram suas histórias, mas a proporção era de 1 homem para 10 mulheres.

Como se já não bastasse todas as tristes histórias que ouvi ou li, nada me deixou mais estarrecida do que ler, ver ou escutar mulheres culpando mulheres, revelando o nome de uma doença antiga chamada machismo.

Isso me reporta a um passado próximo onde uma amiga me revelou que não foi convidada para um casamento certa vez pois dava "azar" convidar mulher divorciada (O ex tava lá no casamento, "lindo" com a atual esposa). Outra colega de trabalho era discriminada pelas roupas, era a "oferecida", sonsa, "metida a inocente". Escutei também, já em um outro emprego, que uma colega de trabalho era uma péssima mãe, tudo porque havia se separado recentemente e ela saia a noite pra se divertir com as amigas (garanto que se ela ficasse em casa chorando e sofrendo, todo mundo que falava mal dela não ia sequer perguntar como ela estava). E uma colega de classe de um curso que gostava de uma cerveja? Essa era tachada de "louca" mesmo.
 
Mulheres começam culpando mulheres pela própria criação que recebem. Quando crianças, uma boa parte é doutrinada a ter determinado comportamento porque precisa se "portar como uma moça". Não pode ficar na rua até tarde, não pode sentar de perna aberta, precisa saber cozinhar, lavar, passar... E quem nunca preparou uma comida e recebeu aquele "elogio": "Já pode casar!". Ah!!! Meu preferido quando encontro alguém que não vejo há algum tempo:"Você já casou? Tem filhos?" (Égua, véi... Na boa... Se joga no meio da Pororoca?).
 
E quem aí já recebeu PODERES EXTRAORDINÁRIOS? Já recebi o poder de ter sido a destruidora de um relacionamento que, detalhe: Não sabia nem que existia! Mas não para por aí não... O "alecrim dourado" falou coisas horríveis da garota, dentre elas afirmou que nunca teria um relacionamento com ela por vergonha de ser visto com a mesma (não vale a pena repetir tudo, acreditem!). Tivemos uma briga feia, chamei atenção dele, disse que ele tinha que ser grato a ela por ela ter sido uma pessoa que tinha estendido a mão pra ele. Ele pediu perdão, porém, aquilo já me disse muita coisa sobre ele.

Culpar outra mulher eximindo o seu "alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado" da real responsabilidade é dar mais poder pra que ele continuem tendo esse tipo de atitude. Ele te deve respeito, consideração, amor, lealdade, entre outras coisas, não alguém que nem te conhece e o pior, muitas das vezes, nem sabem da sua existência. Você precisa dar a responsabilidade a quem de fato te deve respeito.
 
Esse machismo enraizado contribui, e muito, pra que você seja uma vítima de relacionamento abusivo e tóxico, sabia? Como a culpa é sempre da mulher, você vai esperar muito pra dar um ponto final no que está te destruindo. Afinal, se tá ruim, a culpa é SUA ou de qualquer outra mulher. (Não tenho orgulho disso, mas preciso confessar que tenho experiência. Achava que a culpa era minha, sempre, independente da situação).

Não ria, não curta, não compartilhe machismo... Não proteja abusadores. Não seja uma mulher machista. Finalizar essa doença está mais do que na hora. Não adianta se indignar com feminicídio, se protege o machismo e, pior, protege o machista, o abusador. Acredite, a "vacina" para essa doença está dentro de você. Apoie, abrace, elogie uma mulher que se livrou de alguém que lhe fazia mal. Ela venceu, ela renasceu. Compartilhe a cura!
 
Um beijo e um cheiro!
 
#JuntasSomosMaisFortes
#NãoSouMaisUmaMaria
#MeuPrimeiroLivro

sexta-feira, 12 de junho de 2020

As vezes não é a falta de sono, as vezes falta um sonho...




Há dois anos comecei a ter problemas sérios pra dormir, que não estavam atrelados a quantidade de trabalho, mas sim, a repetidos pesadelos que não me deixavam dormir ou me acordavam com frequência no meio da noite. Ia trabalhar esgotada, disfarçava sempre com um enorme sorrido no rosto, sempre fui da política de “todos tem problemas, como vou partilhar o meu?”; essa “minha política” atrapalha um pouco, às vezes.

Voltando aos problemas pra dormir, não entendia o porquê desse pesadelo ser tão insistente e repetitivo... Nele, estavam tentando apagar as rugas do meu rosto. Pra muitas mulheres isso seria UM SONHO, mas não pra mim. Cada marca no meu rosto foi conquistada com muita gargalhada, não sei sorrir somente com a boca, vem de dentro, meu corpo todo sorri junto. Tirar qualquer marca dessa do meu rosto, é tirar minha história, minha essência.

E o pesadelo não passava...

Fui tentando levar as coisas sempre sozinha... como tudo na minha vida.

Depois de alguns meses, de tão repetido, o pesadelo começou a se tornar real de uma outra forma: começou a evitar que eu criasse novas rugas de expressão, já não sorria mais porque eu queria, só sorria mesmo pra disfarçar minha tristeza, e, de tão profunda, me fazia adoecer com frequência, me desmotivou, fez abandonar várias metas e sonhos que eu tinha proposto pra minha vida.

Por dentro, estava gritando por ajuda, mas a vergonha de falar pra alguém era maior. Eu acreditava que por ser um problema que estava acontecendo comigo, tinha que resolver só, já era uma mulher adulta, lidar com essa situação sozinha, era uma obrigação.

Passado mais um período, comecei a ficar mais fraca e comecei a perder o amor próprio. Engordei, já não me arrumava mais, nem me olhava no espelho e não batia fotos de jeito nenhum. Quando era obrigada a me maquiar, por conta de algum evento, nunca gostava, sempre achava a maquiagem ruim e não gostava da minha pele.

E nada do pesadelo passar, já tentava evitar dormir. Só dormia mesmo quando estava muito cansada, mas me acordava com frequência no meio da noite, não conseguia levar o sono direto...

Certo dia, comecei a relembrar como era a minha vida quando eu não tinha a falta de sono me rondando... Lembrei de meus planos e de todos os meus sonhos, tudo que tinha construído mentalmente quando “era só eu”, sem pesadelos... esbocei um leve sorriso... e também uma lágrima, de emoção. Senti os sonhos voltando devagar como se estivesse “me purificando” de tudo que tinha me feito mal até aquele momento.

Resolvi comentar com pessoas próximas... De todas as pessoas com quem conversei, apenas três me falaram algo que poderia ser aproveitado. A maioria concordava que eu poderia seguir daquela forma e outras, sabiam de coisas que poderiam ter ajudado a me livrar de meus pesadelos há muito tempo, mas ignoraram o fato. Foi muito decepcionante... Quando você tem pessoas que considera próximas e as mesmas notam que você está passando por algo, mas agem de forma indiferente, você pensa porque se importou tanto com elas? O que há de errado em falar a verdade? Até quando as pessoas irão viver na política de “não vou me meter”? Será que a humanidade se esvaiu de vez?

Doeu... Mas precisei ignorar e seguir...

Mesmo bastante fraca com todas as coisas que estavam me acontecendo e com toda a decepção que tive, resolvi de vez construir novos sonhos na minha cabeça. Já estava sufocada e dentre as coisas que me motivaram a não desistir, as mais fortes em minha mente, foram meus alunos (ex alunos e atuais) e minhas cadelas (Tula, Baguera, Pandora, Toffe, Mofinho e Lady). É emocionante lembrar do quanto foi eficaz pensar neles, me senti diferente, novamente viva e em pouco tempo, consegui voltar a dormir normalmente. Graças a Deus, foi rápido!

Enfim, consegui me olhar no espelho de novo... Foi maravilhoso!

Resolvi colocar essa foto junto ao texto, porque há poucos meses atrás eu tinha vergonha, hoje, me sinto tão bem, tão feliz, que não me importo de tirar foto sem maquiagem, me acho linda, de qualquer jeito...

Muitas coisas vão te atrapalhar nessa vida, falta de sono e podem levar a pesadelos. Se resolver pedir ajuda, poderá se decepcionar, em contrapartida, a ajuda pode chegar de quem menos se espera.
Não deixe a falta de sono te atingir... Ainda que ela persista e vire pesadelo, lembre-se: muitas vezes não é a falta de sono, as vezes falta um sonho pra seguir e te tirar de vez do pesadelo que persiste em rondar sua vida.


Um beijo e um cheiro meu amores!

P.S.: Essa história talvez poucos entendam, mas era como me sentia há alguns meses no relacionamento que estava. Se quiser saber mais, em breve lançarei um livro e nele contarei tudo o que aconteceu. Se você vive um relacionamento abusivo/tóxico, eu te entendo, fale comigo, não vou te julgar, vou te ajudar no que puder!