segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Reconectando...

Se reconectar tem certas exigências...

Nos cobramos tanto, não nos permitimos errar e quando isso acontece optamos pelas punições. Esquecemos de interpretar isso como um sinônimo de arrogância, pois errar é confirmar que somos imperfeitos e é inerente a qualquer pessoa. 

E quando essa cobrança é substituída por uma "sensação de vazio", como agir?

Ao falar disso com alguém, não deveríamos nunca receber respostas em formato de comparação, como: "você tem uma vida ótima, tá trabalhando, tem um teto... apenas agradeça, pois fulano não tem nem isso". Fico pensando em quantas pessoas não deixaram de ser ouvidas por esse "corte", que na verdade soa apenas desinteresse em escutar o que temos a falar.

Algumas pessoas acham que escutar é obrigatoriamente ter que dar uma opinião ao final da conversa, mas esquecem de duas coisas: a primeira é que alguns precisam somente falar para aliviar e, segundo, cada um é responsável pelas próprias decisões, independente se foram aconselhados ou não.

O "vazio" que sinto no momento, não tem uma origem e tão pouco um significado que consiga descrever, estou sem respostas. No trabalho deixo fluir o melhor de mim e "esqueço" dessa sensação, entretanto, esquecer não soluciona.

Incomoda não conseguir falar sobre isso espontaneamente e, junto, vem a saudade dos amigos distantes. Não é que precise de um conselho (ou talvez precise?), mas ter ao lado um amigo ou amiga pra escutar que refiz meus passos, que tenho novos planos, sem minimizar esses fatos ou precisar omitir algumas coisas, é uma sensação maravilhosa.

Li uma frase certa vez que dizia: "gente calada tem muito barulho na cabeça", não tinha autor ou autora, porém estou me sentindo assim, com todos os barulhos possíveis, e por mais que eu não seja calada, pra quem me conhece sabe que eu falo bastante, poucos notam que minha voz não fala de mim.

Não tenho medo de me expor sequer achar que isso possa demonstrar fragilidade... O que as pessoas pensam de mim, não vai mudar quem eu sei que sou. E eu amo essa pessoa, com amor de quem aprendeu a dizer "não" para certas atitudes que maltratavam somente uma pessoa: eu mesma.

Já me mudei e já mudei. Agora reconectar exige um esforço maior. Reconectar certas vezes é religar algo que já existe, outras, estabelecer novas conexões. Estou, honestamente, precisando de novas conexões. Quem, quando ou onde isso acontecerá, não sei dizer. Estou aberta e tudo que vier e a me jogar do jeito que gosto, de forma intensa.

Você já precisou se reconectar? Me conta um pouquinho nos comentários se ficar a vontade... :)

Um beijo e um cheiro meus amores! 



sexta-feira, 17 de junho de 2022

Foi bom pra você?


Tem tanto tempo que não escrevo aqui, hoje fui literalmente cobrada, e por livre e espontânea pressão, resolvi voltar. :)

Hoje bateu uma saudade grande de um tio querido que se foi há algum tempo... Nunca o esqueci e nunca vou esquecer.

Meu tio era além do tempo. Até brinco que ele nem parecia da família, pois era viajado, moderno, educado; e minha família, mais especificamente do "lado" do papai, é barulhenta, falante, eu adorava quando nos juntávamos, parecia casa de grego (se quiserem ter uma noção, podem assistir o filme "Casamento Grego", o primeiro).

Queria tanto que ele estivesse vivo. Contaria coisas que, tenho certeza, só ele entenderia e se alegraria com a mesma intensidade que eu. Essa emoção seria tão grande que sentiríamos através do telefone. Só ele me proporcionaria esse momento, porque além de todo amor que tinha por ele, também o admirava por ser quem era.

O que mais me encantava, era que não tinha medo de demonstrar nenhum tipo de sentimento. Era aquela pessoa que andava pela rua e, se "enxergava" você em algum objeto, comprava pra lhe dar. Ele dizia que gostava, que amava...

Os relacionamentos atuais, de um modo geral, são tão limitados, moderados, insuficientes, acanhados, etc... Parece que todo mundo cria regras para "bloquear" algo ou alguém. Coisas como "se eu conheci hoje, não posso mandar mensagem amanhã, vai parecer desespero!". Será? Será que isso não seria simplesmente educação?

Já ouvi que, indo para relacionamentos amorosos (nem tão amorosos assim), ao conhecer alguém, muitas vezes a maioria recebe mensagem dizendo o quanto são divertidas, inteligentes, mas "do nada", essas mensagens cessam e essas pessoas "somem". Depois de um certo tempo reaparecem e, quando isso acontece, agem como se tudo estivesse normal. As pessoas confundem "normal" com "comum". Esse tipo de atitude é cada vez mais comum, entretanto, normal não é.

Sou tão intensa em tudo, que esse tipo de situação seria frustrante. Adoro conhecer pessoas, principalmente se forem inteligentes. Amo conversar!

O que houve que as pessoas não querem mais fazer parte da história de ninguém como algo bom? Não gostaria que alguém lembrasse de você com carinho a ponto de contar para os filhos e filhas, que conheceu alguém bacana e que foi uma lembrança boa? Que aprendeu algo e que lhe ensinou também?

Será que o "foi bom pra você?" precisa somente ter conotação sexual e chegar no final do ato propriamente dito? O "foi bom pra você" não pode existir apenas por ter sido realmente algo que foi bom e que os dois optaram somente por seguir depois de forma individual ou com outras pessoas?

Para finalizar , respondendo a pergunta do título: "Sim, tio. Foi muito bom pra mim ter sido sua sobrinha!". E para meu próprio consolo, penso que o senhor era bom demais pra estar nesse mundo de sentimentos vazios.

Saudades eternas querido tio...

Um beijo e um cheiro, meu queridos e queridas!