sexta-feira, 17 de junho de 2022

Foi bom pra você?


Tem tanto tempo que não escrevo aqui, hoje fui literalmente cobrada, e por livre e espontânea pressão, resolvi voltar. :)

Hoje bateu uma saudade grande de um tio querido que se foi há algum tempo... Nunca o esqueci e nunca vou esquecer.

Meu tio era além do tempo. Até brinco que ele nem parecia da família, pois era viajado, moderno, educado; e minha família, mais especificamente do "lado" do papai, é barulhenta, falante, eu adorava quando nos juntávamos, parecia casa de grego (se quiserem ter uma noção, podem assistir o filme "Casamento Grego", o primeiro).

Queria tanto que ele estivesse vivo. Contaria coisas que, tenho certeza, só ele entenderia e se alegraria com a mesma intensidade que eu. Essa emoção seria tão grande que sentiríamos através do telefone. Só ele me proporcionaria esse momento, porque além de todo amor que tinha por ele, também o admirava por ser quem era.

O que mais me encantava, era que não tinha medo de demonstrar nenhum tipo de sentimento. Era aquela pessoa que andava pela rua e, se "enxergava" você em algum objeto, comprava pra lhe dar. Ele dizia que gostava, que amava...

Os relacionamentos atuais, de um modo geral, são tão limitados, moderados, insuficientes, acanhados, etc... Parece que todo mundo cria regras para "bloquear" algo ou alguém. Coisas como "se eu conheci hoje, não posso mandar mensagem amanhã, vai parecer desespero!". Será? Será que isso não seria simplesmente educação?

Já ouvi que, indo para relacionamentos amorosos (nem tão amorosos assim), ao conhecer alguém, muitas vezes a maioria recebe mensagem dizendo o quanto são divertidas, inteligentes, mas "do nada", essas mensagens cessam e essas pessoas "somem". Depois de um certo tempo reaparecem e, quando isso acontece, agem como se tudo estivesse normal. As pessoas confundem "normal" com "comum". Esse tipo de atitude é cada vez mais comum, entretanto, normal não é.

Sou tão intensa em tudo, que esse tipo de situação seria frustrante. Adoro conhecer pessoas, principalmente se forem inteligentes. Amo conversar!

O que houve que as pessoas não querem mais fazer parte da história de ninguém como algo bom? Não gostaria que alguém lembrasse de você com carinho a ponto de contar para os filhos e filhas, que conheceu alguém bacana e que foi uma lembrança boa? Que aprendeu algo e que lhe ensinou também?

Será que o "foi bom pra você?" precisa somente ter conotação sexual e chegar no final do ato propriamente dito? O "foi bom pra você" não pode existir apenas por ter sido realmente algo que foi bom e que os dois optaram somente por seguir depois de forma individual ou com outras pessoas?

Para finalizar , respondendo a pergunta do título: "Sim, tio. Foi muito bom pra mim ter sido sua sobrinha!". E para meu próprio consolo, penso que o senhor era bom demais pra estar nesse mundo de sentimentos vazios.

Saudades eternas querido tio...

Um beijo e um cheiro, meu queridos e queridas!



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